terça-feira, 15 de junho de 2010

Terra molhada

Nada mais seria,
Se os pássaros não mais existissem
E os sonhos de la nunca mais saíssem

Num pouso longo descansa uma canção
Desabrochando em festa e processão
Que todos cantem e sigam com fé
Atento aos pés e a dança a te levar

O pulso abranda o melhor do seu altar
Com olhos ao único caminho,
Pois em todos podes caminhar

Mas a terra vermelha me perfuma,
E em noites escuras vem me chamar
Um so' pertence em minha mochila
E volto ao meu altar

sábado, 5 de junho de 2010

Jogo dos jogos

Porque não se mata com a morte
tantas formas
tantos meios

Perder a forma e' o desejo indesejado

O eterno morrer e' a vida

No jogo dos jogos
Conteúdo e contexto,
Quero existência em devoção
Desejo e apetite,
Quero o amor de ossos, músculos e algumas gordurinhas

Neste rastro de nuvens
o céu e as estrelas me sustentam

Os olhos não se enxergam
Me adorno de você que me despi em maestria
Morro e a dança amplia
Breve e tremeluzente
A radiância do amor nos habilita ao infinito

Sem jogo, sem disfarce
Eis ai o jogo dos jogos
Onde valor e valia um dia, quem dira.